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NA TERRA DOS GRIMALDI, O TURISTA É TRATADO COMO REI

Principado de Mônaco

Dizem que a natureza no Principado de Mônaco é tão privilegiada que costuma abraçar o turista com tons turquesas e vegetação de verde esmeralda. Repleto de tantos predicados, para muitos o país é considerado uma miniatura do paraíso

Por LUIZ FRANÇA
A topografia não mente. O Principado de Mônaco é o segundo menor país da Europa, depois do Vaticano. Situado "dentro" da França, fica às margens do Mar Mediterrâneo, em um dos pontos mais concorridos do litoral sul francês. De reputação internacional, Mônaco é dividida em quatro distritos: cidade velha, chamada de Mônaco Ville, onde está localizado o Palácio Real e o prédio do governo; La Condamine, região portuária com belas casas residenciais; a capital Monte Carlo, cidade freqüentada por magnatas, high society e playboys europeus, e endereço dos melhores cassinos e hotéis luxuosos; e, finalmente, Fontvielle, um subúrbio industrial.
Mônaco costuma "ferver" nos meses de julho e agosto, no auge do verão europeu, o que torna quase impossível encontrar um quarto de hotel para se hospedar. Com belíssimas praias e uma vida social extremamente agitada, ali o visitante encontrará uma freqüência elitizada e cheia da grana, podendo, inclusive, esbarrar em alguma celebridade internacional ou movie star de passagem pelo balneário, enfim, um seleto grupo de privilegiados que sabe levar a vida como ninguém. Com tantos atrativos à disposição, não é à toa que o turismo local vem crescendo consideravelmente, registrando uma revoada de viajantes atraídos pelo glamour e pela aura que envolve o país. Atualmente, já é possível hospedar-se a preços moderados, mas jamais Mônaco será um destino barato. Sua disposição topográfica, com pouco menos de 2 quilômetros quadrados, é também conhecido como um verdadeiro paraíso fiscal, devido ao grande número de instituições financeiras, o que significa um banco para cada 600 monegascos. Além das finanças, a economia local é movimentada em grande parte pelo setor imobiliário: as 200 empresas de construção civil são a força motriz da economia. O setor hoteleiro é dinâmico: 2.500 quartos que hospedam, todos os anos, 225 mil visitantes.

Vista noturna de Monaco Praça do Cassino Monte Carlo

NO REINADO DOS GRIMALDI

Mônaco tornou-se independente da França em 1792, mas no ano seguinte, o governo francês retomou o controle do principado. Em 1815, no Congresso de Viena, o país recuperou sua independência. Assim, em 1861, a família Grimaldi, soberana absoluta no trono de 1297 até 1792 - portanto, afastada do poder durante a luta pela independência - voltou a administrar o principado com todas as pompas. Em 1918, o governo monegasco fez um tratado com a França: caso a família Grimaldi não continue com a sua linhagem, o principado seria absorvido pela França. É por isso que os Grimaldi têm mantido - usando de todos os recursos naturais ou não - a continuação da família, que teve sua linhagem masculina interrompida pelo menos uma vez, precisamente no final do século 19, quando o príncipe Louis II governava o país. Para resolver a questão, o soberano reconheceu uma filha ilegítima, Louise-Juliette, nascida em 1898, que seria, anos depois, a mãe do príncipe Rainier III, que veio a substituir o avô no governo de Mônaco. A história de Louise-Juliette é ocultada da maioria dos livros de história sobre o principado, que não citam, por exemplo, que a mãe de Rainier foi lavadeira do príncipe Louis II.
O príncipe Rainier III nasceu em 31 de maio de 1923. Filho da princesa Charlotte Louise-Juliette Grimaldi, Duquesa de Valentinois, e do príncipe Pierre, Conde de Polignac, Rainier assumiu o poder em 9 de maio de 1949. Ao assumir o principado, o príncipe realizou uma reforma na Constituição, que passou a vigorar em 1962. Com tal reforma, ele reduziu o poder da monarquia e criou uma assembléia, eleita pelo povo. Rainier buscou equilibrar as receitas financeiras do país ao transformar o principado em um "paraíso fiscal", o que levou a proliferação de dezenas de bancos e instituições financeiras em Mônaco. Os negócios imobiliários também são atividades lucrativas.
Troca da Guarda_Monte Carlo Cerimônia de troca da guarda no Palácio de Monte Carlo

O PRINCIPADO SAÚDA SUA NOVA PRINCESA

Em 19 de abril de 1956, Rainier III casou-se com a então atriz hollywoodiana Grace-Patricia Kelly. Do enlace nasceram Caroline, Albert e Stephanie. Diva do diretor Alfred Hitchcock, norte-americana e católica, Grace Kelly filmou no principado o filme Ladrão de Casaca (1954), com Cary Grant, e, no ano seguinte, durante o Festival de Cannes, apaixonou-se por Rainier. Em 1982, o mundo inteiro chorou a morte de Grace Kelly, aos 52 anos, em um trágico acidente de carro. Ela foi enterrada na catedral de Monte Carlo, onde flores adornam seu monograma, com duas letras "G" entrelaçadas. Longe das telas desde seu casamento com o príncipe Rainier III, a atriz começou atuar no cinema aos 22 anos, após uma carreira na Broadway iniciada em 1949. Ganhou o Oscar de melhor atriz em 1954. Ao lado do ator Gary Cooper, ela obteve seu primeiro sucesso, no filme "High Noon", de 1952. No suspense "Disque M para Matar', dirigido por Hitchcock, a atriz atingiu o ponto mais alto de sua carreira, com reconhecimento do público e da crítica especializada. Em 1997 foi celebrado o 700º aniversário da dinastia Grimaldi no poder. Com sua morte, Rainier III sucedeu o trono para seu filho, o príncipe Albert II, que assumiu a regência de Mônaco em 2005.

Grace Kelly e Rainier III Sêlo Real Monaco

TURISMO COMO SE FOSSE UM CONTOS DE FADAS

Dizem que a natureza em Mônaco é tão privilegiada que costuma abraçar o turista com tons turquesas e vegetação de verde esmeralda. Repleto de tantos predicados, para muitos o país é considerado uma miniatura do paraíso. A superfície é de apenas 195 hectares, ou seja, 1,95 quilômetros quadrados de extensão. Nesta área, há 39 hectares de belos jardins e espaços verdes, dos quais, 24 são acessíveis à população constituída de, aproximadamente, 30 mil habitantes, assim divididos: 5.078 monegascos, 12.050 franceses, 5.007 italianos, 1.361 britânicos, 4.188 europeus de origens diversas e 2.314 de outras nacionalidades. O clima é agradável quase o ano inteiro. Pode parecer exagero, mas o céu em Mônaco parece ser mais azul. Não somente os monegascos, mas também o turista em geral tem no ar a expressão de estar sempre em estado de graça. De fato, estar em Mônaco é como viver um conto de fadas, protagonista de uma história de príncipes e princesas, entre castelos e flores, entre o céu e o mar. O Principado de Mônaco é cenário de importantes encontros artísticos e esportivos, como ballets, óperas, peças de teatro, noites de gala, exposições, concertos e festivais.
Agendar suas próximas férias em Mônaco é ter a certeza de que vai encontrar uma natureza exuberante, infra-estrutura de primeira e uma intensa vida social. Entre as atrações listam o Rally de Monte Carlo, o Grande Prêmio de Fórmula 1, a estação das óperas, o Festival Internacional de Fogos de Artifício, as atividades do Teatro Princesa Grace Kelly, o Concurso Internacional de Buquês, os campeonatos internacionais de tênis, de golfe, o Festival Internacional do Circo de Monte Carlo, os concertos de verão na Cour d´Honneur du Palais Princier, a Exposição Canina Internacional de Mônaco e a Bienal Internacional dos Antiquários, Joalheiros e Galerias de Arte. Nesta terra de rico passado histórico, muitas edificações são marcadas pela tenacidade da Dinastia Grimaldi. O célebre Palais Princier, por exemplo, erguido sobre o Rochedo de Mônaco, dominando a parte antiga da cidade e as ruelas típicas monegascas, é o símbolo desta tradição secular, tanto quanto o Museu Oceanográfico e seu aquário extraordinário; O Jardim Exótico e suas plantas exuberantes; O Cassino de Monte Carlo, o Musée des Souvenirs Napoléoniens et Collections des Archives Historiques du Palais, Le Parc Paysager de Fontvieille. E, por fim, as surpreendentes concreções calcárias da Gruta de l´Observatoire.
Museu Oceonográfico Mônaco Teatro Princesa Grace Kelly Museu Oceonográfico e o Teatro Princesa Grace Kelly

O CASSINO DE MONTE CARLO

O Cassino de Monte Carlo é um dos pontos turísticos mais famosos de Mônaco. O complexo inclui também o Grand Théâtre de Monte Carlo, onde são levados espetáculos de ópera e do afamado Ballet de Monte Carlo. O cassino é propriedade da Societé des Bains de Mer, uma empresa pública na qual o governo detém uma participação maioritária. Esta empresa também regulariza os principais hotéis e clubes do principado que servem ao comércio turístico. O jogo em Monte Carlo foi instituído em 1854, legalizado pelo Príncipe Florestan I. Dois anos mais tarde foi inaugurado o primeiro cassino em uma vila perto do porto. O Príncipe Charles III, por sua vez, ordenou a construção de um novo bairro chamado Monte Carlo, com projeto para um novo cassino, encomendado pelo famoso arquiteto francês Charles Garnier, que também projetou o Ópera de Paris. A construção do Cassino de Monte Carlo começou em 1858, mas foi inaugurado somente em meados de 1863. Desde 1898 a concessão tem sido operada pela Société des Bains de Mer. Em 1910, o prédio foi ampliado com um teatro. Os monegascos são proibidos de freqüentar o cassino. Para terem acesso ao esplendoroso salão de jogos e outros recintos do palácio, os visitantes são “convidados” a mostrar o passaporte. Até mesmo a família real se utiliza de uma entrada lateral para assistir aos espetáculos levados no teatro do cassino. O prédio também abriga o restaurante Le Train Bleu, em homenagem à linha de trem que estreitou distâncias, atraindo jogadores de todas as partes da Europa.
Cassino de Monte Carlo Restaurante Train Bleu Cassino Monte-Carlo Fachada do Cassino de Monte Carlo e interior do Restaurante Train Bleu

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Crédito de fotos: Luiz França